Para quem está presente cabe uma eternidade Desde o fundo do poço ao cume da confiança Cabe tanto que podemos nos iludir Iludir que talvez a vida dure para sempre
Para quem se prende no passado ou no futuro Mesmo que tivesse a eternidade para viver O eterno duraria o mesmo que o orvalho da manhã Seria o triste ermitão o único capaz de enxergar?
Sem distrações se vê claramente as sutilezas da vida A sutil beleza e irônico charme de cada mudança Sem movimento tudo é sem graça Pois não basta dançar, mas estar presente na dança
Todos vivemos dias relativamente similares uns aos outros, cada um com sua respectiva rotina com respectivas pessoas convivendo uns com os outros, mas quão genuinamente presente você está em sua rotina? Sua mente está realmente presente nas ações e pessoas no seu presente e na sua presença? Você realmente saboreia as suas emoções e das pessoas ao seu redor?
Estas estão sempre lá, no seu dia a dia, mas a diferença fundamental está em quem se dispõe a parar para saborear as doçuras e amarguras as emoções do dia a dia de quem ignora seus sentidos e vive dias sem gosto, sem sal ou doce. Quem as ignora vive dias repetitivos, rápidos e sem qualquer gosto.
Dar genuína atenção às emoções, pessoas e atos do seu dia a dia significa viver por completo as mais diferentes emoções nas mesmas 24h nas quais alguém “sem tato” vive poucas ou nenhuma emoção realmente preciosa.
"O poeta é assim: tem, para a dor e o tédio,
Um refúgio tranquilo, um suave remédio.
És tu, casta poesia, ó terra pura e santa!
Quando a alma padece, a lira exorta e canta;
E a musa que, sorrindo, os seus bálsamos verte,
Cada lágrima nossa em pérola converte."
MACHADO DE ASSIS
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